terça-feira, 7 de outubro de 2014

Enleio I

E quando eu me encontro "confusa" é aqui que descarrego as ideias afim de organiza-las.
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E para entender o enredo da trama, é preciso voltar para o dia 27/06 que foi quando a gente se conheceu.


E eu estava em mais uma "bad". Havia semanas que eu não estava bem com o "baby"... e o problema de tropeçar na pedra é sempre apegar-se a ela. Embora ninguém escolha sofrer, algumas vezes nos acostumamos com o sofrimento e adiamos o término de coisas por vezes já acabadas.  

E entre um choro e outro no travesseiro, eis que surgem as festas de São João. E eu fui, como sempre fui e iria. E fui... era quase o último dia e tudo que eu não queria era conhecer alguém. Mas eu conheci. Eu conheci alguém que não perguntou se a casa estava vazia e podia entrar, simplesmente entrou como quem já estava aqui a muito tempo. Sentou no sofá, colocou o pé no centro, pediu uma cerveja e me vendeu a ilusão de dias inteiros, enquanto tudo que a gente tinha era apenas aquela noite.

Embora não estivesse com os pés no chão, eu estava literalmente descalça. Descalça e descabelada. Descalça, descabelada e desprovida de argumentos para combater um "linda" fora de hora. E ele nem sabia dançar e conseguiu ser a melhor companhia daquela noite. Ele era tão engraçado e exagerado, que pra mim não foi surpresa minha atração repentina. Eu não queria ninguém, ele pelo visto queria alguém. Naquela noite o "alvo" foi eu, e eu nem me importaria de ter aproveitado e ter visto ele ir embora se ele não tivesse me vendido a ilusão do ficar. Do "outra vez", do "de novo", do "o quanto você é incrível e como eu adorei te conhecer". Ele vendeu e eu comprei. Assim como se compra algo que tá exposto na prateleira de um supermercado. Eu aceitei a ideia que as vezes as pessoas podem surgir do nada e mudar todo o percurso programado. Ele podia ser a exceção, um em milhão. Mais foi só mais um que se foi.  Que sabia que não iria voltar mais deu um "até logo". Vou ali comprar o pão enquanto você fica aí me esperando. 

Ele se foi. E não deixou um bilhete, um telefone, um sinal fumaça, um recado com algum amigo. Se foi, como se vai quando se quer ir. E foi. Por sorte, não guardo mágoas. No máximo três dias ou até a próxima desilusão. Que nem esperou muitos dias para acontecer, visto que sempre existem quartas no meio da semana. E quartas me lembram o quanto é idiota gostar de alguém. 


QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Então começa a parte 2:

Sabe quando você tá quieta e de repente se vê no olho do furacão? Aquele momento em que está prestes a entrar em uma briga sem nem saber o real motivo? Que o mundo gira com tanta velocidade que torna-se quase impossível não ficar tonta...
Então, eis que depois de um "dona" fora de hora eu ganho um novo amigo. Que é amigo de uma amiga que tem uma amiga que gosta dele e por tabela ela já não deve gostar muito de mim. Por arte do destino, ela que gosta dele tem outra amiga que também ficou com cara citado lá em cima. Tá difícil de entender? Imagina sentir tudo isso. E pra completar: eles são amigos.

Pra tentar exemplificar: 
 Eu que fiquei com ele, que ficou com ela que é amiga dela que gosta dele que quer ficar comigo.

Existe um milhão de maneiras de resolver essa equação. A mais fácil delas, seria simplesmente: não se envolver. Mas eu já estava envolvida. Porque ele simplesmente chegou e preencheu um vazio findando. Eu afim de conhecer pessoas novas, e ele pelo visto afim de me conhecer. E a conversa fluiu naturalmente e foi "tudo tão rápido entre a gente". Mas ele é doido. Inconstante. Sempre engraçado, mas por horas distraído. Não sei direito o que quer. As vezes sei e não acho direito, as vezes nem sei o que é direito, as vezes é absurdo falar de direito. Logo DIREITO!.O curso dela, que ama ele e amaria que fosse recíproco. Mas não era. E já não era mesmo antes que eu aparecesse. E pela confusão que ele me causa, as vezes não sei se ele se interessa em mim. Ou no fato de que seria necessário ela perceber que ele "tá em outra" ou pelo menos com outra. Só resta saber se eu aceito o cargo. Se aceito resolver os problemas alheios me envolvendo em mais problemas. 


Então, se não bastasse esse conflito interno entre o ir e ficar, ficar aqui e não ir. Ele tem a ideia de me adicionar no grupo deles. E adivinha quem também fazia parte desse grupo? Pois é.. "ele". 
Foi quase que instantâneo ser adicionada e vê uma janelinha individual subindo e dizendo "Oi, como vc está?! Quanto tempo.. olha eu queria dizer que não deu pra ir naquele dia". Rss. Depois de quase 3 meses eu nem lembrava mais desse "bolo". 
Chegou um momento que em que eu conversava com os dois amigos. E com a turma toda. E tinha até um pouco de receio sobre o que eles conversavam entre si, se conversavam. Era quase como um teste me esquivar de cantadas indiretas de ambos os lados. Sem me decidir e sem seguir. Continuo indecisa.

E o que me motivou a escrever isso hoje foi ouvir um: "eu não vou insistir, respondo a sinais e você só me dá fora" 
Então me diga como você queria me encontrar depois de tanto tempo? Esperava uma festa com sua chegada? Eu sinto muito... embora não guarde mágoas, eu não tenho memória curta afim de me iludir com seus exageros. Até porque corro o risco de tá afim de seu amigo. E se eu ficar com ele "tudo" entre nós acabaria. Mas como algo que nunca existiu pode acabar? E se eu ficar com você será que será com foi naquela dia? Surreal. Ou será que esse é um jogo de cartas marcadas e eu sou a única que não enxergo com nitidez o desfecho dessa história...?

Bom. Ele tá vindo amanhã. E eu tive a chance de ficar com o amigo dele hoje. E não fiz, embora tivesse pensando em fazer. E talvez farei. Ou não farei. Ou cairei fora. Ou perderei a graça.

Enfim... quem viver verá. E sendo pra ser, será!





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Fazendo aqui uma pausa e supondo que o texto acabaria aqui, muito provavelmente você perguntaria: " Mas então não falas da liberdade de escrever?" ou algo assim do género, no qual eu respondiria " Se sois livre para escrever, escreve o que queres, além do mais que a opinião é tua, ora essa".