segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Enleio IV

É sexta.

E eu passei o dia todo na sombra de uma notícia ruim.
Com sorte, fui almoçar com a galera. Fato esse que me tirou do choro. E colocou um sorriso em meus lábios. Há companhias que são sempre agradáveis. E aquele almoço era só o começo...

Quem estava ao meu lado no bar, esteve também ao meu lado no restaurante.
Literalmente e metaforicamente: ao meu lado.
E, apesar de eu ter ficado com seu amigo na quarta-feira passada... as indiretas ainda faziam parte do vocabulário dele. Pelo visto, nada havia mudado. E eu ainda ouso e colocar um: ainda bem!

Faltei o inglês. Não pela expectativa que o outro poderia realmente vir. Até aquela altura ainda era tudo incerto. E eu embora agoniada. Preferia fingir que não estava ligando.
Sushi foi a razão da minha falta. Sushi.. sempre resolvendo meu problemas emocionais. E talvez, até me criando problemas também. Mas essa história do sushi merece um post próprio, em outra ocasião.

Depois do sushi, fui para o encontro da galera. Dessa vez eu não era a mais atrasada. O outro ainda não havia nem saído da sua casa para o nosso encontro. Enquanto que aquele que costumava sentar ao meu lado, estava sentado na minha frente. E não muito tempo depois da minha chegada, decidi sair e sentar na calçada para chorar minha mágoas. Ainda ressacada pelo abalo da notícia ruim. E depois de um velho amigo, eis que ele chega afim de consolar minhas dores.

Essa oportunidade de ficar sozinha com ele nos permitiu aproximarmos por estarmos sentindo "dores parecidas". Ele havia acabado de perder o emprego. E eu havia acabado de reprovar um etapa importante. Haviam diversas outras semelhanças que nos "unia". Ter um jeito parecido, mesmo signo, mesmo time, mesma escola, mesmo professoras. Assunto nunca faltava. E conversar com ele era sempre agradável. Ele me fez sorrir. Me levou pra dentro de novo. E dividiu algumas dose de alcatrão comigo. A noite estava divertida até que...

O bar fecha. E no posto encontramos um boy da minha amiga. Sozinho. E isso significava que ela havia ficado em casa. Sozinha. E eu fui lá. Ao encontro dela e na busca de resolver essa questão.
Depois de algum tempo, ela decidiu vir conosco. Eu estava descalça e descalça permaneci. Acho fantástico utilizar a expressão: queria está com os pés no chão. Eu estava. Mas só literalmente.

Quando chegamos no antepenúltimo local que iriamos naquela noite, ele já estava lá. Alias, eles.
Nem me recordo onde cada um estava sentando. Pois não cheguei a sentar. Entre idas e vindas, telefonemas, canções, fotos, choros, microfones e cerveja. Eu nem dei muita atenção, assim como também não recebi.

Só no penúltimo destino daquela noite é que paramos, sentamos e conversamos um pouco. A sós. E mesmo assim pouco. Era quase impossível estabelecer um diálogo com ele. Sem mistérios, dramas, ordens ou "promessas". O outro estava lá o tempo todo.

O fim dessa noite já era dia. E foi subindo lá em casa pra fazer xixi que eu recebo um beijo. Um beijo de verdade. Um beijo de quem parecia que estava querendo me beijar a noite toda. E foi um beijo bom. Depois desse beijo ele se foi. E eu já estava em dúvida se ele merecia um até logo ou se eu permanecia na filosofia do adeus.

Ao seu amigo, dei um até breve. Eu imaginei que teríamos muitos momentos pra conversar, afinal, agora estávamos na mesma situação.



to be continued...

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Fazendo aqui uma pausa e supondo que o texto acabaria aqui, muito provavelmente você perguntaria: " Mas então não falas da liberdade de escrever?" ou algo assim do género, no qual eu respondiria " Se sois livre para escrever, escreve o que queres, além do mais que a opinião é tua, ora essa".