Overdose dele.
E eu tinha dormido com a dúvida de como as coisas ficariam. O outro tinha ido embora. Mais o que ficou continuou aqui e tudo continuou como estava. Nem parecia que eu tinha tido uma DR com o seu melhor amigo na noite passada. Ele veio almoçar aqui e nem tocamos no assunto. Não nesse momento. Era como se nada tivesse existido. E ele cozinha muito bem. Camarões. E depois do almoço ficamos aqui conversando e depois fomos pra casa dele. E lá estava eu de novo. Não estava fazendo nada além de companhia. Mais era bom fazer companhia a ele e ter a companhia dele. Lá conversamos um pouco sobre o que tinha acontecido na noite passada. E ele disse que tava entendendo o que tava acontecendo. E eu pedi que me explicasse, porque eu não estava entendendo quase nada. E ele disse que não falaria nada. E nem podia. De todos os envolvidos, talvez ele fosse o que estivesse na pior situação. Era o amigo dele e a menina que ele ficaria. Quer dizer, que eu acho que ele ficaria.
E no dia seguinte, lá estava eu de novo. Minhas tardes de terça, quarta e quinta foram iguais. E na sexta também tive o prazer de sua companhia no rodízio de pizza. E depois aqui assistindo TV. E então resolvemos sair com a galera. E depois de muitas cervejas, começou um jogo da verdade que culminou com uma pergunta não feita. Nem quando só estávamos nós dois, sozinhos, ele fez a tal pergunta. Mas, pelo visto, o jogo da verdade continuou e aquela mesa ouviu muitas verdades ditas por ambos. Eu disse que foi que tinha nos colocado naquela situação. E ele disse que não tinha o que fazer. Mas fez. Ele tentou me beijar. E mais uma vez eu escolhi o amigo dele. O amigo dele que nem estava ali, mais seria magoado por aquele beijo. O beijo não rolou. Imaginei também que nossa amizade não rolaria mais. Mas no dia seguinte, lá estávamos nos juntos de novo com a galera. Almoçando, lanchando, jantando... passamos o dia todo juntos. E ele continuou aqui até todo mundo ir embora. Ele não foi. Ficou e tudo transcorreu como era. E eu me balancei muitas vezes entre o que eu estava fazendo e o que eu deveria fazer. Tava "abrindo mão" de alguém que estava sempre comigo apesar de tudo. Que me tratava infinita vezes melhor, sem me dar, ao menos, um beijo. Não houve beijo.
Naquele dia eu passei o dia inteiro refletindo sobre tudo. E o que eu mais temia acontecia, ele finalmente começou a me tratar diferente. E a "indiferença" dele me chocou. Apesar de estar lá na casa dele no domingo de novo, já não era mais a mesma coisa. Depois desse dia... só nós vimos quando ele precisou de um favor meu. E eu me disponibilizei sem pestanejar. Fui e iria. E vou sempre que ele, ou qualquer outra pessoa que precise e que esteja ao meu alcance, me chame.
E falando em chamar... depois desse dia, ele não me chamou mais. Não fui mais na sua casa, nem ele veio aqui. Não nos encontramos na rua. Nem marcamos pra sair. Fazem poucos dias que tudo "morgou". Seu amigo não veio mais aqui. E agora ele também não está mais. E eu acabei de ver que os dois saíram juntos pras baladas da vida. Enquanto isso eu tô aqui.. escrevendo o enredo dessa história que talvez até já tenha chegado ao fim.
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Fazendo aqui uma pausa e supondo que o texto acabaria aqui, muito provavelmente você perguntaria: " Mas então não falas da liberdade de escrever?" ou algo assim do género, no qual eu respondiria " Se sois livre para escrever, escreve o que queres, além do mais que a opinião é tua, ora essa".