quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Sou os brinquedos que brinquei,as gírias que usei, sou os nervos a flor da pele no vestibular,
os segredos que guardei e guardo, sou a minha praia preferida, sou aquele amor atordoado
que vivi, a conversa séria que tive um dia com meu pai, sou o que eu lembro.

Sou a saudade que sinto, a infância que recordo, a dor de não ter dado certo,
de não ter falado na hora, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que me
arrancou lágrimas, sou o que choro.

Sou o abraço inesperado, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta,
sou as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços
que junta, a gargalhada, o beijo.

Sou a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, o desprezo pelo
o que os outros mentem, o desapontamento, o ódio que tudo isso dá, sou aquele que rema,
que cansado não desiste, sou a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta.

Sou aquilo que reinvidico, o que consigo gerar através da verdade e da luta, sou os
direitos que tenho, os deveres que me obrigo, sou a estrada por onde corro, serpenteio,
atalho, busco, sou o que pleiteio.

Não sou só o que como e o que visto. Sou o que requer, recruta, rabisca, busca, e lê.
Sou além do que se vê.

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Fazendo aqui uma pausa e supondo que o texto acabaria aqui, muito provavelmente você perguntaria: " Mas então não falas da liberdade de escrever?" ou algo assim do género, no qual eu respondiria " Se sois livre para escrever, escreve o que queres, além do mais que a opinião é tua, ora essa".